Correspondente Inquieto: Lu Calcara

Luciane Calcara, Gerente do Centro Aberto de Cambridge English, é a Correspondente Inquieta deste mês e participou do IATEFL International Conference, em Edimburgo. A conferência reuniu profissionais de ensino da língua inglesa de todo o mundo.

Confira a entrevista da palestrante Shilpa Pulapaka (BPP University and ED 360 LTD), com a temática: AI’m here to help: level up your teaching game! concedida para Lu Calcara durante o IATEFL:

Luciane Calcara:
Estou aqui com a Shilpa Pulapaka. Acabei de assistir à palestra dela e gostei muito. Gostaria apenas de ouvir um pouco mais de você. Sou do Brasil, trabalho em uma escola no sul do país, o Colégio Farroupilha. E gostaria, se possível, que você dissesse algo para os nossos professores sobre o uso da IA, se eles podem usar a IA de uma forma ética, mas também muito eficaz nas aulas.

Shilpa Pulapaka:

Minha experiência com o uso da IA: estou praticando e experimentando diferentes plataformas há cerca de um ano e meio, eu acho. A IA é apenas mais uma tecnologia – vivemos em um mundo tecnológico que está evoluindo rapidamente – então eu acho que não é algo a ser temido. É apenas mais uma ferramenta no nosso kit.

Imagine que, no passado, quando não tínhamos processadores de texto, escrevíamos tudo à mão. Agora temos processadores de texto. A IA é só mais uma dessas ferramentas. O problema do medo da IA surge quando você não entende o que ela é. Acho que um pouco de pesquisa sobre o que ela pode fazer, quais são suas funcionalidades e como ela está evoluindo pode ajudar bastante. Acho que isso se aplica a muitas pessoas – quando você entende algo, você passa a temer menos e começa a usar.

Agora, é importante que nós, educadores, comecemos a usar isso – ou pelo menos a aprender sobre isso –, porque está aí para ficar e está se desenvolvendo muito rapidamente. Se você conseguir aproveitar e entender como funciona, pode usá-la como um assistente ou estagiário não remunerado, para reduzir sua carga de trabalho, aliviar a sobrecarga cognitiva e focar mais na criatividade, no engajamento com os alunos e na melhoria dos materiais.

Lembre-se: a IA não é especialista – ela apenas usa uma grande quantidade de informações para responder à sua solicitação. Você é o especialista. Por isso, é muito importante conhecer bem o seu conteúdo, para conseguir identificar o que a IA está fazendo de bom ou de ruim. Se você domina seu conteúdo e tem confiança nisso, a IA pode ser uma ferramenta muito, muito útil para criar novas atividades e planos de aula, que você pode ajustar como quiser, economizando tempo e podendo focar mais no engajamento dos alunos e na experiência deles.

Lu: 

E na qualidade do ensino em sala.

Pulapaka:

E você sabe, menos estresse e mais tempo para fazer outras coisas.

Lu: 

Mais atenção plena.

Pulapaka:

Mais atenção plena, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, todas essas coisas. Mas quero dizer que não é fácil – como qualquer coisa que você aprende, seja um idioma, uma tecnologia ou um novo assunto – você vai precisar dedicar um tempo com disciplina para aprender. Mas eu acredito que, se você dedicar esse tempo, todos podem se sentir confiantes para usar esse tipo de tecnologia – como qualquer outra ferramenta tecnológica, na verdade.

Lu: 

Obrigada. Tenho certeza de que isso vai fazer uma grande diferença para os nossos professores lá no Brasil.